Processamento Cerâmico: Uma Abordagem Sustentável


Processamento Cerâmico: Uma Abordagem Sustentável

Graduado em Engenharia Química (1988) e Mestre em Engenharia Mecânica (1991) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Doutor em Engenharia de Materiais (1996) pela Technische Universität Hamburg-Harburg (TUHH), Alemanha. Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina (2014). Lidera o Grupo de Pesquisa em Tecnologias Convergentes e Habilitadoras (G-TECH), coordena o Laboratório de Processamento Cerâmico (PROCER), e faz parte do Laboratório Interdisciplinar para o Desenvolvimento de Nanoestruturas (LINDEN) na UFSC. Tem experiência na área de Tecnologia Química e Engenharia de Materiais, com ênfase em processamento, sustentabilidade e nanotecnologia. Vencedor do Prêmio FAPESC de Inovação - Professor Caspar Erich Stemmer, Categoria Pesquisador Inovador, edição 2021, e do Prêmio FAPESC/CONFAP de Ciência, Tecnologia e Inovação Categoria Pesquisador Inovador - Setor Industrial, edição 2022.

Dachamir Hotza
UFSC

 

Resumo

A indústria está constantemente em busca de processos que sejam ecologicamente corretos e com baixo consumo de energia. Esses requisitos não devem diminuir a qualidade dos produtos. O desafio é, portanto, continuar fabricando bens com demandas crescentes de desempenho a custos razoáveis e de forma sustentável. O caso da indústria cerâmica não é diferente. Tanto a cerâmica tradicional (à base de argila) quanto a avançada (de alto desempenho) requerem matérias-primas – com restrições de pureza e disponibilidade, além de energia – de fontes renováveis ou fósseis. A indústria cerâmica é amplamente difundida no mundo e emprega grande número de trabalhadores. Além disso, a geração de resíduos e emissões decorrentes da fabricação de cerâmicas tem gerado preocupações constantes em todo o nosso planeta. A ideia principal desta apresentação é oferecer a oportunidade de discutir formas alternativas de processamento cerâmico com baixo impacto negativo no meio ambiente. Esse desafio inclui necessariamente toda a cadeia produtiva, desde o design até o descarte. No design, ferramentas de avaliação do ciclo de vida podem ser empregadas para comparar produtos e processos. Nas próprias etapas de processamento, matérias-primas e aditivos com baixo consumo de energia devem ser investigados. Fontes renováveis de energia, como biocombustíveis e energia solar, podem ser empregadas no lugar ou junto com fontes não renováveis. Balanços de energia e massa, bem como modelagem de transferência de calor, podem ser aplicados para ajudar a encontrar as melhores soluções para questões energéticas. Por fim, as emissões e os resíduos gerados ao longo do processo devem ser minimizados e sua utilização como matéria-prima reciclada deve ser potencializada.